sábado, 5 de dezembro de 2015

Ajudar os outros é ajudar-nos a nós

Eu nunca fui muito na história de dar sem receber nada em troca. A verdade, fico normalmente muito chateada quando ajudo alguém e depois não recebo retribuição. E eu sempre tive o hábito de ajudar toda a gente na medida do possível. Sempre pensei :"Se precisas de algo que eu posso fazer e que não exige assim um esforço sobrenatural, porque não hei de eu fazer isso por ti?". Mas ao longo do tempo nunca me habituei bem à ideia de que os outros na maioria das vezes não percebem ou não valorizam isso. Há cerca de um mês de decidi começar a fazer voluntariado. O objetivo era muito egoísta confesso, queria conhecer pessoas, fazer algo diferente na minha vida quotidiana e também ter algo mais para colocar no curriculum. Procurei na internet, na Bolsa de voluntariado jovem e acabei por me inscrever como monitora de apoio escolar no Centro Social da Sé Catedral no Porto (porque fica perto do escritório e numa zona histórica da minha cidade de que muito gosto).
Só posso dizer que me apaixonei. É óbvio que os miúdos não valorizam minimamente o nosso apoio, querem la saber se a gente recebe ou não algo em troca. Para eles sou só uma chata que vai lá às sextas feiras à tarde obrigá-los a fazer trabalhos de casa e a estudar. Mas sim, a gratificação é enorme. Em primeiro lugar, basta conviver com eles, a alegria, a despreocupação e ainda alguma da inocência própria dos pré adolescentes, as brincadeiras parvas, fazem me sair por uma tarde do mundo em que vivo, do mundo dos adultos interesseiros e corrompidos, fazem me quase voltar a atrás no tempo uma década e ser um deles. E adoro! Por outro lado, sinto me feliz comigo mesma. Se eles não entendem que os ajudo, eu sei, que graças ao meu esforço talvez eles possam vir a ser melhores alunos, a ter um futuro melhor. Mas sobretudo penso que os ajudo a ser melhores pessoas (melhores até do que eu), quem sabe mais aptas a lutarem por um mundo melhor. Fazer voluntariado é isto mesmo, sem que "os ajudados" saibam, recebemos muito mais do que aquilo que damos. Aconselho toada a gente a experimentar!

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